
O Coaching e os Estilos de Aprendizagem
A teoria das Múltiplas Inteligências (Gardner) e os avanços da Neurociência direcionaram o foco sobre a questão dos diferentes estilos de aprendizagem. Nós dependemos dos nossos sentidos para processar as informações do mundo exterior e, então, aprender e armazenar o conhecimento.
A maioria das pessoas usa um dos sentidos mais que os outros, involuntariamente, na captação das informações ao redor, gerando um “estilo” de aprendizagem. Aquele sentido mais usado está diretamente ligado à motivação. É um processo inconsciente, por isso podemos chamá-lo de “estilo”. Cada pessoa tem seu estilo de aprendizagem inerente, e sente-se mais motivada quando o estímulo vem de encontro àquela tendência.
Existem basicamente três estilos principais de aprendizagem, o que significa três maneiras predominantes em que o nosso cérebro aprende melhor. Todos nós podemos aprender de um modo ou de outro, mas existe uma predominância de estilo em cada um de nós. Se conhecermos o nosso estilo predominante, não há porque não explorar este caminho na busca do conhecimento. Sempre que nos for oferecido um estímulo que vá de encontro com o nosso estilo, estaremos mais motivados e, assim, esse estímulo será absorvido com maior facilidade e armazenado no campo da memória de longo prazo.
Estes três estilos mais comuns de aprendizagem são o visual, o auditivo e o cinestésico e resultam em três tipos principais de aprendizes.
O aprendiz visual, como o nome diz, usa predominantemente a visão para aprender. Toma nota de tudo com detalhes; numa sala de aula geralmente senta-se na frente; é normalmente organizado e arrumado; costuma fechar os olhos para visualizar ou se lembrar de algo; gosta de ver aquilo que está aprendendo; se beneficia de ilustrações e apresentações que usam cores; sente atração por linguagens ricas em imagens; prefere que os estímulos sejam isolados de distrações auditivas e cinestésicas; prefere atividades passivas.
Já o auditivo, tem na audição o predomínio do seu estilo de aprendizagem. Numa sala de aula senta-se onde pode ouvir bem, mas não precisa prestar atenção naquilo que está acontecendo na frente; normalmente não tem muita preocupação com uma estética convencional; adquire conhecimento quando lê em voz alta; tem boa memória quando verbaliza a lição para si mesmo (quando não o faz, tem dificuldade, por exemplo, para ler mapas ou diagramas ou lidar com trabalhos conceituais como matemática).
O cinestésico usa predominantemente o tato e precisa estar ativo, além de fazer intervalos. Fala com as mãos e gestos; lembra-se do que foi feito, mas tem dificuldade para se lembrar do que foi dito ou visto; confia naquilo que experimentou ou fez diretamente; atividades como cozinhar, construir, e criar (arte) o ajudam a aprender; gosta de viagens de estudo e atividades que envolvam a manipulação de materiais; numa classe gosta de sentar perto da porta ou de qualquer lugar de onde pode levantar e se mover; aprecia o encorajamento físico, tipo tapinha nas costas.
É da maior importância que o instrutor conheça o estilo do seu aluno para direcionar a ele atividades que o estimulem, que o motivem, maximizando, assim, o potencial de aprendizagem. É muito difícil, senão impossível, oferecer esta “customização” numa sala de aula. Este é um dos motivos pelos quais as escolas hoje em dia estão passando por um processo de questionamento e revisão de seus métodos no mundo todo. Se uma pessoa na faixa dos 20 anos passou a maior parte da sua vida na escola e não aprendeu muito, algo está muito errado. Até recentemente, o problema seria creditado ao aluno. Felizmente isso está mudando. Uma das consequências desta revisão é a ascensão da profissão do instrutor particular no mundo todo.
A grande vantagem de um processo de Coaching é a possibilidade de customização. O processo de transferência do conhecimento se dá de forma a aproveitar o potencial do aluno/coachee quanto ao estilo de aprendizagem, motivação e necessidades específicas. Por este motivo os resultados acabam sendo na maioria das vezes mais eficazes e duradouros.