INGLÊS COM CONTEÚDO

Você já deve ter ouvido essa expressão em alguns dos meus vídeos, ou lido em alguns dos meus posts… e talvez tenha se perguntado: mas o que quer dizer “inglês com conteúdo?”

Eu já havia ensinado por muitos anos, tanto em sala de aula como instrutor one-to-one, como teacher trainer, quando percebi que não havia nada de novo no mundo do ELT – English Language Teaching. Ano após ano, cursos, workshops, reciclagens percorriam os mesmos caminhos que levavam aos mesmos resultados, nem sempre muito satisfatórios – e digo isso tanto do ponto de vista do aluno, como do professor. Não é raro encontrar professores que vêem seu ofício como algo tedioso e cansativo, o que se reflete no humor e no desempenho do aluno.

A busca por novos caminhos me levou a primeira World Neurolanguage Coaching Conference, onde não apenas um caminho, mas um novo mundo se abriu à minha frente. Minhas perspectivas de ensino e aprendizagem mudaram radicalmente. Passei a enxergar meu trabalho com novos olhos. Um dos grandes ganhos dessa nova visão foi entender que se o aluno não está genuinamente envolvido no processo de aprendizagem, este se torna algo pesado e improdutivo. O desafio então seria envolvê-lo genuinamente. Para gerar a motivação necessária, é preciso que haja interesse pelos assuntos usados em aula, o que ressalta a relevância não só dos materiais didáticos como da maneira com que são administrados.

Partindo desse ponto, cheguei à conclusão que não havia no mercado o que eu estava procurando, nem ninguém que fizesse o que eu pensava em fazer. Resolvi então criar o que não existia.

Não muitas vezes na vida me vi num processo de criação tão envolvente e prazeroso, aquele que nos faz acordar de manhã ansiosos por colocar “a mão na massa”, e ter que fazer esforço para pausar à noite porque já se faz tarde e dormir é preciso. Mas cada segundo de pesquisa, estudo, trabalho, valeu a pena.

Entre minhas fontes de inspiração está o CLIL – Content Language Integrated Learning, tendência muito em uso na Europa hoje. Na verdade o CLIL é usado em escolas bilíngues europeias, e a ideia é que o aluno aprenda conteúdo curricular e treine inglês ao mesmo tempo. O ganho de popularidade do CLIL, não apenas na Europa, é devido a sua capacidade de promover habilidades linguísticas enquanto ensina conteúdo programático escolar. Isto faz com que o CLIL seja verdadeiramente um “game changer” ou, podemos dizer, um divisor de águas para as escolas que se auto-denominam inovadoras.

Esta inspiração me levou a criar aulas que são, na verdade, apresentações que pretendem usar como fator de atração, ou motivação, assuntos de interesses variados, sempre introduzidos de forma atraente, como fotos, vídeos, notícias, mas onde consigo inserir conteúdos de língua inglesa de forma contextualizada e informal. Assim, o aluno não tem a sensação de estar sendo instruído ou treinado, mas sim recebendo conteúdo programático de forma natural e implícita num contexto que lhe agrada.

Este é o conceito de “Inglês Com Conteúdo”, cujos resultados não fogem ao que poderia ser esperado… como disse anteriormente, tudo aquilo que sentimos com relação ao nosso trabalho, se reflete no sentimento e no desempenho do aluno. O que relatei com relação ao meu processo de criação tem se refletido nos resultados alcançados até agora. Bingo.

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